Heroínas
As cores que eu vejo são as mesmas que formam
Deformações entre os sonhos.
O momento do beijo em um segundo se torna
Razão dos olhos tristonhos.
Meus dias se passam,
Não coincidem com nenhum calendário.
Os homens se caçam,
Estão em fila a esperar o calvário.
Meu sangue é uma mistura,
Homogênea tortura,
- Droga impura.
Navegam por minhas veias
As mais lindas sereias.
Figuras felinas,
Ainda meninas, rapinas,
Mãos assassinas,
Heroínas.
Dirijo minha atenção até a segunda intenção.
O que os meus olhos não vêem
É o que meu bolso não tem.
A coca e a cola deixam o mundo distante.
E o frio na minha alma
É mais que refrigerante.
A ponta da agulha
Injeta dor em troca de adrenalina.
Noturna patrulha,
Persegue o perfume
Das heroínas.
Paulo Renato,
1992.
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