02 outubro 2013

Espírita

Se tudo o que eu penso
(Em estado criativo)
Pudesse ser transcrito,
Em tempo real,
Por aplicativo moderno
Que ligasse cérebro
Às tecnologias,
Viveria só de pensar,
E não morreria a cada momento
Pelos momentos perdidos
A cada lapso.

- Preciso de mais encarnações
Para viver de verdade.

Que assim seja.

Paulo Renato,
01/10/2013.

04 agosto 2013

Hashtag

"Se sentindo" sem sentido
 Se ênclise sucede o oblíquo.

#adeuslínguaportuguesa.

Paulo Renato,
04/08/2013.

05 junho 2013

Justiça

Que sua saga
De ser cega
Siga sugando o
Sangue
Desse segmento
Segregado,

- À soga dos sagazes.

Paulo Renato,
31/05/2013.




27 agosto 2012

(Con)gestão Ambiental

Quem come árvore,

- Caga cimento.

Paulo Renato,
27/08/2012.

Índio (ssincrasia)

Nasci índio em Santo Amaro,
Na Santa Casa de Misericórdia,
Batizado na Matriz católica
Que regia as Bandeiras
E os Bandeirantes
Que escravizavam,
Matavam e
Dizimavam

- Os meus.

Mas, criança,
Toda vez que tinha bronquite,
Pedia à minha mãe um passeio
Até o Borba Gato,
Que me aliviava os pulmões.

Paulo Renato César,
27/08/2012.

14 agosto 2012

Um Dia

Acontecia:

Não havia
Sequer um dia
Que eu não pensasse
Em você.

O tempo que passou
Apagou
A frequencia
Daqueles dias e,
Pouco a pouco,
Dia sim,
Dia não,
Eu pensava
Em você.

Dia sim,
Dia não,
Dia não,
Dia sim,
Dia não,
Dia não,
Dia não,
Dia não,
Eu não
Pensava em você.

Raramente
Todo dia
Eu penso
Em você.

Paulo Renato,
14/08/2012.

27 maio 2012

Satisfeito

Não sei se é conformismo,
Baixa estima,
Passividade,

Ou mesmo realidade.

- Mas eu tenho um orgulho enorme em sobreviver.

Paulo Renato,
27/05/2012.

25 novembro 2011

Rei Reles

Vestes roupas rotas
Que arrebatam ventos
Aerodinamicamente
Guardados
Nas entranhas que desafiam a Física
E não trocam temperatura exterior.

És fina a camada de vida que te habita.
És podre boa parte de seus órgãos.
És descolorida sua cútis.
És parte de um nada grandioso.

Mas escreves a cada passo andarilho errante
Teorias que nem a mais densa Filosofa decifra.

Mas dita a maior regra e a mais poderosa lição,
Como imperador da elementar cadeia alimentar:

- Comes tudo, comes todos.

És temido pela face, és temido pelo cheiro,
És desvio certo do caminho social
Dos pés calçados.

Por que não te contam sua força?
Por que não te dá contas?

- Porque nem conta. Nem número faz.

Teu reinado diante de súditos fiéis,
Quadrúpedes caninos e felinos
Que te seguem incansáveis
Como única função de ser.

Não falas, não sabes ser rei.
Não sabes ser, nem que o és.

Contudo, reverenciarte-ei
A cada esquina,
Diante da tua capacidade infinita
De multiplicar-se em clones perfeitos
E ao mesmo tempo um só ser.

- Onipresente.

Paulo Renato,
25/11/2011.

18 setembro 2011

Napoleon Hill é o Caralho!

A vida
Vale

- É no olho!

Paulo Renato,
17/09/2011.

16 setembro 2011

Atadas

Tarde
Morrerei
Cedo
Não gosto de dormir.

Paulo Renato,
15/09/2011.

15 abril 2011

Cinzas

Quando é noite,
É com fogo que se faz o dia.

- Queimo em repouso eterno.

12 março 2011

Bronquite

A troca justa entre meu natural gás carbônico
E a química processada desse Berotec
Para respirar melhor.

Ser inalado,
Incapaz de voar.

- Ainda respiro!

Paulo Renato
12/03/2011


23 novembro 2010

Trevo

Haveria de haver
Uma terceira estrada

Que me contasse verdades ditatórias

- Vez ou outra.

Paulo Renato,
22/11/2010.

22 novembro 2010

Metamorfo

Quanto mais demônio me torno,
Menos autoflagelo causo

- Em insistir anjo continuar.

Paulo Renato,
08/11/2010.

30 agosto 2010

Black (Pearl Jam) - Banda Ellos

18 junho 2010

Imortal de Verdade

O Diário de um Mago
Deveria ser o do Saramago,
A respeito de como ser imortal

- Sem precisar de um ridículo fardão.

Paulo Renato,
18/06/2010.

(Em homenagem a José Saramago  *1922/+ 2010) 





19 maio 2010

Recarnívoro

Me intrigam,
Me fascinam:

A vida que eu vira;
A vida que vira;
A vida que não vira;

- E a vida que virá.

Paulo Renato,
19/05/2010.

25 janeiro 2010

Indefinido

Quando penso em solução,
Responde-me Deus:

- A morte ainda não vem.

Paulo Renato,
25/01/2009.





Elegia à Madrugada

A luta de sempre:

Acordar de um sono bom
Para a última canção.

Paulo Renato,
27/12/2009.



Epílogo

Quando a luz te revelar,
Estarei a postos
Para a última canção.

Paulo Renato,
27/12/2009.



O Mendigo Veloz

Corre eternamente,
Pouco alimento no corpo.

- Morto, quase voa.

Paulo Renato,
14/12/2009.



Insônia

Percorro vigília
Entre estrelas e a manhã,

- Pacientemente.



Paulo Renato,
02/12/2009.


Pouco Pensa

Gritante massa sonora
Educa aos poucos.
- Almeje ao silêncio.

Paulo Renato,
02/12/09.



14 dezembro 2009

Descobri uma função "poética" para o Twitter em razão de suas limitações de 140 caracteres: a possibilidade de fazer Hai Kais que, milenares, deveriam via de regra ser sucintos. Em japonês, 5 caracteres no primeiro verso, 7 no segundo e 5 no terceiro. Adaptando-se no Brasil, consideramos, ao invés de caracteres, sílabas poéticas. Dos Hai Kais que mais gosto, destaco os de Paulo Leminsky. Criei uma busca no Twitter chamada #haikaidetwitter. Em breve publicarei meus pequenos Hai Kais aqui também.

02 novembro 2009

Fórmulas

Nas andanças estimuladas por faro,
Sonho cores e retratos retorcidos.

Palavras são desenhos de uma alma,
As pinturas abstratas,
Fecundas de fraternos conselheiros,
Que calam bocas e abrem mentes.

Fé se torna planejamento nos livros
Motivacionais
Que vendem

- Horrores.

Professores repetentes,
Papagaios competentes.

O lucro é a obtenção do sucesso de um
Para o fracasso de todos.

- Vendem-se frases soltas
De efeitos retardados.

Compram soluções para problemas
E fabricam fracos cada vez mais
Que sucumbem, já que grana finda,
Mas problemas não.

A arte de formas é linda,
Mas nada se vê nesse borrão.

Seria fácil se não fosse eterno.


Paulo Renato,
28/10/09.



29 setembro 2009



Quantcast


Sob o Sol, Sem Sombra

 De quantas vidas vai cuidar?
Quer um gato?
O seu ar também respiro nesse ato.
Dos seus passos já tirei o retrato.
Contraí e me curei num sopapo.

Nunca precisei de você pra nada e,
Agora, na estrada,
Eu não tenho medo de me atropelar.

Várias invasões perdoei de graça,
Cedi bem mais do que levei pra casa,
E não me vejo atrás da sua frente popular.

Foram ilusões,
Cores desbotadas,
Lento movimento,
Preso no momento quando,
Sobretudo,
Era preciso voar.

- Há dias que caminho melhor
Sob o Sol, sem sombra.

- Há dias que sozinho melhor,
Sob o céu, sem sombra.

Paulo Renato,
2005.



Quantcast

26 setembro 2009

Dominante

São palavras
Que correm pelo mundo.

São desenhos
Daquele amor profundo.

Amo a noite
Como quem ama alguém,

Fácil açoite,
Seqüestro sem refém.

Entre os dedos
O peso e o violão.

Os desejos
De um nobre cidadão.

Na berlinda,
A falta de alguém.

É bem-vinda,
- Mas hoje já não vem.

Paulo Renato,
01/01/99.



22 setembro 2009

Heroínas

As cores que eu vejo são as mesmas que formam
Deformações entre os sonhos.

O momento do beijo em um segundo se torna
Razão dos olhos tristonhos.

Meus dias se passam,
Não coincidem com nenhum calendário.

Os homens se caçam,
Estão em fila a esperar o calvário.

Meu sangue é uma mistura,
Homogênea tortura,

- Droga impura.

Navegam por minhas veias
As mais lindas sereias.

Figuras felinas,
Ainda meninas, rapinas,
Mãos assassinas,
Heroínas.

Dirijo minha atenção até a segunda intenção.
O que os meus olhos não vêem
É o que meu bolso não tem.

A coca e a cola deixam o mundo distante.
E o frio na minha alma
É mais que refrigerante.

A ponta da agulha
Injeta dor em troca de adrenalina.

Noturna patrulha,
Persegue o perfume
Das heroínas.

Paulo Renato,
1992.

Quantcast


21 setembro 2009

Paulo%20RenatoQuantcast

20 setembro 2009

Inércia

Até eu faria,
Sempre que fosse impreciso,
Ainda que tardia,
Quase que perdido.

Fosse relevante,
Movimentaria,
Basculante,
Terra despejando,
Preenchendo o espaço

- Em branco.

Paulo Renato,
20/09/09.




19 setembro 2009

Ponto Final

Qual remédio,
De que planta,
Aonde encontro
Tal esperança
Que acabe
No final.

Qual final,
Que seja ponto,
Conclusivo,
Terminal,
Definido
E conduzido
Sem a casa
Decimal.

Tem coragem
De sair,
Sem aviso,
Sem preciso,
Mas apenas
Ir embora
Como não
Tivesse vindo?

Assim fosse,
Outra hora
Saberia
Que, se acaso
Não viria,
Outro alguém
Ocuparia
O teu ponto
Em meu final.

Paulo Renato,
22/05/04.






Luzes Sem Mercúrio

É possível andar sem artifícios,
Ficar sóbrio já é tão difícil.
Vejo as pernas sem pretensão,
Vejo a morte sem dimensão.

Fico pasmo com as crianças,
Sobrevivo só com as lembranças
De um tempo mais que passado.

- Hoje amores desfigurados.

Um dia foi só fantasia,
Um dia já fiz melodia
Das vozes que ardiam,
Retrucando a poesia.

Eu desejo sua cabeça
Pra fazer uma canção,
Que não entre nas orelhas,

- Interprete via coração.

Mas percebo que não vejo
Mais gaivotas entre as nuvens,
Não consigo nem notar
As vitórias nas derrotas.

E ouvindo velhos mitos,
Conversando com as pessoas,
Eu sinto falta dos meus riscos,
De uma gente mais à toa,

Pra que eu possa injetar
Nessa sua alma pura,
Uma dose de palavras,
Com ternura,

- E loucura.

Paulo Renato,
1988.
(Fiz essa letra e a melodia para a música de meu amigo Daniel Sandoval, quando tínhamos 15 anos, muitos sonhos, e a Banda Pólis, dos festivais no colégio).





17 setembro 2008

Fuso

As linhas do dia,
Os raios lunares.

O frio da manhã,
Rara madrugada.

Relíquia do tempo,
E meu pensamento
Todo em você.

O dia ao contrário,
Idéias paradas:

- Por que não pagam 
Pelos versos?

- Por que não prezam
Pelo avesso?

- Por onde andam,
Delatores?

- Por qual caminho,
Quantas cores?

Dois versos,
Pula linha,

E as repostas
Não são minhas.

Paulo Renato,
17/09/2008.

21 agosto 2008

Reciclagens

Só preciso de um espaço
E de uma fonte de tal cor
Que revele as palavras.

Ofereço pensamentos
Bem dispostos em poemas
Que decifram meu momento.

Eu preciso de um espaço
Não muito avantajado,
Em que caibamos nós dois juntos,
Com os corpos apertados.

Ofereço latifúndio,
Um deserto que me sobra,
Incontáveis hectares,
Solidão abandonada.

Eu preciso de um sono,
Mas preciso de um sonho
Mais preciso do que somos.

Ofereço, quando acordo,
Compromisso e novo acordo,
De fazer do velho o novo.

Paulo Renato,
21/08/2008.


15 julho 2008

É Assim

Quando minhas palavras são suas,
As minhas frases têm sentido.

Quando sinto o seu perfume,
Cinco sentidos são olfato.

Quando me movo em sua direção,
Meu caminho é sem desvios.

Quando toco o seu rosto,
Os meus dedos dançam
- Felizes.

É assim que as coisas são,
É assim que devem ser,
No passeio de mãos dadas,
E(n)cantando pela estrada.

Corrigindo o destino,
Acertando um desatino,
Agora história coerente,
Faltava mesmo era a gente.

Quando ouço sua voz,
É sempre linda a melodia.

Quando o trato é por nós,
É persuasiva minha lábia.

Quando os lábios são os seus,
O encontro é com os meus.

Quando agora com você,
Alegria em minha vida
- Transborda.

Inventando um idioma
Carregado em consoantes,
Descobrimos traduções
Pros nossos próprios corações,

Que dispensam a gramática,
Que repensam a didática,
Que inventam o tempo todo
Que fazem o dia sempre novo.

Paulo Renato,
15/07/2008.

23 junho 2008

À Noite

Olha só, meu amor...
Sem sonho a coisa não vai.

Não se vislumbra a vida,
E ela não se deslumbra com a gente.

E o que se sente na barriga,
Na hora do beijo,
Passa ao vazio de um estômago faminto.

- Sem sonho não há sono.

Olha lá um cantor...
Sem sonho, sem voz e sem mais.

Na penumbra sem guarida,
Em terra que arruina a semente.

E o que se sente na ferida, ardor violento,
Passa ao sombrio de um complexo labirinto.

- Sem sonho não há como.

Vem de uma vez buscar nossa imagem,
Antídoto do veneno de tanta bobagem.

Aparece hoje à noite na minha moldura
E completa o que falta em tão pobre pintura.

Cada nota que componho
É uma peça que reponho
Pra te ver sempre em meu sonho.
Paulo Renato,
23/06/2008.

22 junho 2008

Peço Agora

Manso,
Como gato atrás de comida.

Paciente,
Como o velho que tudo já viu.

Estratégico,
Como enxadrista do frio da Rússia.

Pacífico,
Como hindu em cima de pregos.

Organizado,
Como o japonês do auto-elétrico.

Sábio,
Como espírito já evoluído.

Influente,
Como o poder da hipnose.

Rápido,
Como lagartixa desconfiada.

Claro,
Como artigo, sujeito, verbo e adjetivo.

Transparente,
Como vitrine em loja de rico.

Repleto de amor,
Pra que todo o resto
Valha realmente a pena.
Paulo Renato,
22/06/08.

20 junho 2008

Hoje já é Amanhã

A teoria é fácil de entender:
Um dia bom, outro dia ruim.

- Na seqüência.

Daí teríamos, dos 365,
183 dias bons,
E 182 dias ruins.

Teremos mais dias bons
Do que dias ruins!

Pra que assim seja, por causa do ímpar,
É imprescindível que o primeiro dia
Seja “Dia Bom”.

Contemos então
A partir de ontem,
Porque nosso ano
Não começa em Janeiro:

- “Dia Bom”!

Mas havemos de convir,
Minha cara,
Que 182 dias ruins
São muitos
Pra gente tão boa
Como nós.

Por isso que hoje,
- Já é amanhã.

Paulo Renato,
19/06/2008.

18 junho 2008

Soneto aos Olhos da Ju

Que iluminam as cores
De corações apertados,
E põem em cena os atores
De um novo e vivo tablado.

De onde a palavra transborda
E me transforma em máquina,
Que reinventa a música,
Que todo dia me acorda.

Significam perfeitos.
Tanto o esquerdo ou o direito,
Determinam raro efeito

Quando me tocam profundo
E, na dimensão de um segundo,
Enchem de flores meu mundo.


Paulo Renato,
17/06/2008.

14 junho 2008

Do Coração

Desse é que eu não sei mesmo.
Desse nunca neguei desconhecer.
Desse que me domina
Desse que me conduz.

Coração que sente o que quer,
E que se abre,
E doa-se por inteiro,
Muito, mas muito mesmo

-Verdadeiro.

Que me fragiliza no total,
Embriaga,
Corrói...

Que me tira a fome.

Desse coração sem boca,
Que não me ajuda nas respostas.


Paulo Renato,
14/06/2008.



Da emoção

“Traduz pra mim, então.”
“ Me ajuda.”
“Eu não sei nada disso.”
“Não consigo fazer sozinho.”

- Essas frases que eu deveria ter dito.

Que agora me faltam.


Paulo Renato,
14/06/2008.

11 junho 2008

Lacrimal 2

Separados pelo instante
De um momento natural
Sem lidar com movimento,
Sofrer já não faz tão mal.

Impreterível dor,
Ninguém nunca te contou?
Desconhece o possível
De um adeus que não faz mal.

Seja então como for,
Pelo canal lacrimal
Sorverá o teu sustento,
Outra imagem mais real.
Paulo Renato,
06/2007

04 junho 2008



Abrigo

Faz de mim um Sol.
Seca o temporal.

Amarra a tristeza e dá linha até o final.
Recolhe as angústias ao seu redor.

Pede em oração
Para um Deus vilão,
Que não te castigue pelo que cumpriu,
Que tire da folha marcada o mês de abril.

- Mas seus olhos mudam de cor,
E essa estrada alivia a dor.

Toma a minha mão
Pela sensação.

Me parece mais fácil lidar com essa pressão...

Eu te tampo os ouvidos
Que ouvem zunidos
Do coração.

-Dorme, meu amor,
O sonho acabou...

Paulo Renato,
31/05/2008.

03 junho 2008

Para Gostar de Ler

Maldita cartilha.
Não consigo rasgá-la,
Não consigo esquecê-la
Por completo.

Regrifica a função do meu ser,
Me toma o tempo de esquecer,
Me avisa que o impulso que sou
É o perigo onde vôo.

Cartilha toda errada,
Ultrapassada,
Que esconde o crédito,
O nome do responsável
Por tanto lixo
Transformado em lições.

- E ninguém ousa quebrar esse cartel.

Fácil dizer o que pode,
O que não deve,
O que é certo
Ou ético.

Mas quem previu
Que de tantos letrados,
Nasceria o meu coração

Analfabeto completo.

-Êta...

Paulo Renato,
03/06/20068.

02 junho 2008

A Vendedora de Doces

Doce que vende doce,
Doce que vem de doce,

-Doce que vem docê.

Paulo Renato,
02/06/2008.

29 maio 2008

Uma Fábula Qualquer

No centro da Terra,
Borbulhando na lava,
Cozinhando em segredo
O tempo que passa.

Disfarçando horrores
Sobre a incapacidade
De definir,
De concretizar.

- Mas quem disse que tudo
Tem que ter definição,
Já que o fim de cada um
É mistério da vida,
E isso nos faz
Eternamente perdidos
Em relação ao exato momento
Em que estamos posicionados
Na escala?

- A régua que não tem fim...

Concatenar histórias diversas,
Misturar os personagens,
É romper um pouco
Com a regra ridícula
De casar heróis e princesas,
De prevalecer o bem contra o mal,
De ensinar errado às crianças
Aquilo que a vida,
Inevitavelmente,
Mostrará na prática.

O lobo mau reina feliz,
Enquanto o caçador covarde
Coloca em extinção
Outros animais indefesos.

- A blusa com a etiqueta pra fora
Está do lado certo.

Do avesso,
Eis você.

Paulo Renato,
29/05/2008.



27 maio 2008

Da exposição "Imagens Faladas - Em Falta", incluída na Virada Cultural de 2005 (SESC Interlagos), com poesias de Paulo Renato César em diálogo com fotografias de Rodrigo Brambilla.

"Imagens Faladas" surgiu de um projeto cujo objetivo é a finalização de um livro com poemas baseados em fotografias e vice-versa. Dividido em temas, esse primeiro capítulo chamado "Em Falta" despertou o interesse do SESC para a Virada Cultural de 2005.


Fotografia: Rodrigo Brambilla


Pelo Cano

Entrou pelo cano
Buscando proteção
Contra o céu revolto,
Do qual nunca entendeu
A tal história de que lá
Mora Deus.

Entrou pelo cano
Pra descansar
E esquecer que
Cá fora,
Nada tem e nada espera
Pra esperar.

Entrou pelo cano
Num conforto de útero,
Na posição de feto,
Lá, o último afeto.

Em gestação eterna,
Em infusão materna,

– Surdo para o mundo.

Entrou pelo cano
Que o sorveu como líquido
E que o cuspiu embriagado,
Cheio de falsas esperanças
Da luz no fim de um túnel
Curto como cano,
E de onde nem que o queira,
Pode mais sair.




Paulo Renato,
12/08/05

Da exposição "Imagens Faladas - Em Falta", incluída na Virada Cultural de 2005 (SESC Interlagos), com poesias de Paulo Renato César em diálogo com fotografias de Rodrigo Brambilla.

"Imagens Faladas" surgiu de um projeto cujo objetivo é a finalização de um livro com poemas baseados em fotografias e vice-versa. Dividido em temas, esse primeiro capítulo chamado "Em Falta" despertou o interesse do SESC para a Virada Cultural de 2005.


Fotografia: Rodrigo Brambilla

Por Hora

Que a vida merece mais dos nossos dias,
E que a morte, o que resta deles.

Que amar é inexplicavelmente inevitável,
E que a missão única, sua busca.

Que aprender a cair é uma das melhores lições,
E que evitar a queda, o maior erro.

Que espera e paciência são fruto de treino,
E que ansiedade e fúria, de reflexo.

Que música e poesia alimentam,
E regras, convenções e cartilhas, cansam.

Que discutir o evidente é descobrir o novo,
E que aceitar imposições, estacionar no tempo.

Que o óbvio não é claro como parece ser,
E que o insolucionável, força-motriz.

Que quem fala sozinho, beija também o braço,
E que ações ridículas, de pessoas especiais.

Que viver fazendo o que se gosta é fundamental,
E que a felicidade tão simples, poucos enxergam.

Que ainda há muito o que entender,
Mas que cada vez mais,
Sedimentam-se verdades
Que me fazem verdadeiro.


Paulo Renato,
26/06/05.

26 maio 2008

Das Razões Pelas Quais eu Vim

Nessa levada,
Vim a passeio...

Vim com a sorte
Acompanhando cada piscar
Dos meus olhos
Que enxergam bem.

Vim com o poder da síntese,
E adquiri com o tempo
O grande exercício de ser prolixo,
Com um fio multicolorido
De meada.

Vim sem rima, mesmo,
Que gosto mais do disforme,
Já que definitivamente
Somos todos assimétricos.

Vim com pai e mãe
Vigiando os meus tombos
Mas permitindo-me cair,
Até que se tornasse divertida
A iminência da queda.

- E quedas são presentes.

Vim para escrever,
Vim para cantar,
Vim para ensinar
A aprender,
E aprender com tudo isso.

Vim sem um puto e sem bolso,
E não desejo muito mais
Do que sorrir todos os dias
E ser capaz de sustentar
As idéias que tenho

- Todos os dias.

Vim para amar de uma forma esquisita,
Incorrigível.

Vim para ser bom e ser mau,
Vim para a vigília da noite
E dormir só um pouco,
Apesar de tanto sonho.

Vim para te fazer companhia,
E aceitar os seus convites.

Vim para cuidar de alguém,
Alimentar,
Fazer dormir,
- Proteger.

Vim para competir e,
Antes de ir,
Quero mesmo minha medalha.

Paulo Renato,
26/05/2008.





21 maio 2008

Pares Perdidos

E Deus foi fazendo,
Um a um,
Pra depois de todos prontos,
Designar os pares.

Confuso com tanto trampo,
Pra facilitar,
Resolveu já
Fazer em pares,
Pra ganhar tempo

- E organização.

Mas o telefone tocou e,
Ajudante atrapalhado qualquer,
Mandou menino sem par,
E par que seria,
Por que seria,
Soltou pra ela,
Um outro par...

- Menino ímpar.
Paulo Renato,
21/05/2008.

20 maio 2008

Data



De todos os sonhos,
- Apenas um.

Mas sonho de mulher-verdade,
Cheio das nuances que te acompanham
Por ser mulher complexa,
Por ser sensível,
Por ser especial.

Que assim seja sempre,
Com dores,
Amores,
Cores,
E todas as flores coadjuvando
seu papel de menina especial.

Paulo Renato,
2005.

19 maio 2008

Like any one

Those who cannot breath,
Cannot say what love is,
Or even who are themselves.

Those who have fears,
- Those humans.
Paulo Renato,
2006.

13 maio 2008

“Embora a imagem formada na retina seja invertida, a mensagem levada ao cérebro passa por processos complicados, fazendo com que enxerguemos o objeto em sua posição correta”. (Física Experimental – Parte 4 – Ótica).


Retina

Cruzou a rua,
Tomou embalo,
Meio-fio vencido,
Passo a passo
Em minha direção.

Parados frente a frente,
Imagem e semelhança,
Lentes invertidas,
- E tantas verdade a serem ditas...

Quantos segredos guardo,
E quantos sei responder?

Quais as soluções perfeitas
Que desamarrariam
Todos nós?

Os nós,
Dessa e daquela garganta...

Perdões e súplicas,
Eu diante de mim,
E raciocíno.

- Irraciocínio.

Um coração de cada lado,
Me espelho.

Paulo Renato,
13/05/2008.

12 maio 2008

Socorro

Já não escrevo sobre as coisas boas da vida...
Não me tento a resolver os problemas,
E mal crio imagens que viram músicas.

Mas, desse todo,
Ao mesmo tempo renasço,
E lágrimas brotam entre meus dentes,
Bem no meio de um sorriso.

E corro,

E sinto vento,

Sinto Sol,

Sinto força,

Não desisto.

- A grua que nos alça,
E faz ver do alto,
Socorre.
Paulo Renato,
07/05/2008.

Seu Carinho

Hoje a noite está chuvosa,
E a lua de ontem, minguante,
Escondeu-se atrás de uma nuvem escura.

- E eu não vi seus olhos.

Todo o argumento necessário pra te convencer
Das coisas que adoro discutir com você,
Importantes ou não,
Está guardado aqui dentro,
E o acúmulo disso tudo,
Definitivamente não me faz bem.

Queria mesmo era te ouvir falar
Até fechar os olhos de tão cansado,
E te fazer carinho
Enquanto dormia.

Quem sabe, assim,
Não seria possível desmistificar
Essas pequenas “interferências”
Que acontecem entre nós,
Como se o carinho funcionasse como Bom Brill
Em antena de televisão.

- De fato, carinho tem muito mais utilidades...

De qualquer forma,
Por qualquer razão,
Esse carinho é seu,
Intransferível.

Venha buscar logo,
Pra que ele não me faça sentir tanto,
A ponto de querer explodir.

Um beijo.

Paulo Renato,
09/01/2002.


Amor de Mãe

Das coisas mais importantes da vida,
Muitas vêm e outras vão,
- Em vão...

Do amor inexorável que sentimos
E temos por (e de) você,
Tiramos a força necessária
Para continuarmos em pé
Nesse vai e vem turbulento
E interessante de nossos dias.


Paulo Renato,
11/05/2008.



08 maio 2008

Reflexos

Renega mesmo.

A tua origem,
Teu argumento.

Reflete no resto da sua vida
E agora o conserto
É bem mais caro
Do que você poderia pagar.

Reflete nas outras peças,
Em outras máquinas
- Também quebradas.

E cada máquina que pára,
Cada engrenagem emperrada,
É sua consciência que pesa
Ante a cabeça que não resiste
- E pende.

Mas os olhos não cerram,
E o que te domina
É o cansaço contínuo,
Os olhos vermelhos,
E nenhum descanso.

Não há tomada
Aonde enfie os dedos,
- A luz acabou.

No escuro,
Seus olhos têm a mesma cor
Do que os meus.

Só isso.
Paulo Renato,
08/05/2008 - 01.53h

06 maio 2008

Impressão

O texto volta,
Sempre esteve.

Mas todas as vezes que escrevi,
Palavras não ferraram o papel.

Soltaram-se letras,
Perderam-se em sânscritos, russos,
Idiomas inatingíveis,
Frases de bêbados.

Mas o poema,
E a sua maneira de me atingir,
Nunca se foi,
Nunca esqueci,
E,
Se agora imagem de palavras,

É por melindre infantil
De quem quer a atenção
Que o mundo não pode dar.
Paulo Renato,
06/05/2008 - 2.59h

04 setembro 2006

Calendário

Carrega em si o porte verdadeiro
Da verdadeira mulher
Que eu jamais idealizei,
Apesar da presença incessante
Que é você na minha vida.

Seus despretensiosos carinhos
Pretendem sempre ser exetensos,
Ser completos e intensos,
No beijo quente em meu rosto
Quando dá seu "até breve".

Carrega em si o forte verdadeiro
Da guerreira mulher
De quem sempre me orgulhei,
E o pulsar da criança falante
De gargalhadas incontidas.

Um mês de muitos dias,
Que eram nossos, não sabiam,
Antes meros relicários
De um poído calendário.

Um mês de todo dia,
Toda lida, todos liam (já sabiam),
Agora estrada iluminada
E nós dois em disparada.

Paulo Renato,
03/09/2006.

16 agosto 2006

Tua Força, Meu Peso

A Física, exata ciência,
A mítica pseudo-inocência,
A mesma sagrada crença,
Só uma cabeça que pensa
Enquanto a outra é tensa,
Tempo pequeno,
Saudade imensa,
Um cura, segundo doença,
Complexa, densa, intensa,
Intensa,
Intensa,
Intensa.

Tua força, meu peso,
Dez equilíbrio,
Zero gravitacional,
Corpos flutuam
Entre os edifícios,

- É de fácil resolver.

Tua força, meu peso,
Equivalentes numerais,
Algaritmos romanos,
Algo ritmos humanos.

Tua força, meu peso,
Tua roça, meu Tejo,
Tua coça, meu medo,
Tua moça, meu cedo,
Tua poça, meu seco,
Tua conta, segredo,

- Tu afronta o meu reino.

Tua força,
Meu peso.
Paulo Renato,
15/08/2006.

14 agosto 2006

Lacrimal

As lágrimas
São palavras dissolvidas
Pra serem digeridas
Com a facilidade de um sorriso.

Hidratam o argumento,
E lubrificam a máquina de sentir
De onde fomos feitos
- Você e eu.

Amenizam a temperatura
Exorbitante das estranhas
Entranhas,

E dão o curso exato
Do caminho percorrido
Entre seu coração e o meu.
Paulo Renato,
14/08/2006.

10 agosto 2006

Movimento

Preenche as lacunas
Que as angústias me imprimiram,

Absorve o encharcado coração,
E deposita a flor
No lugar exato,
Reservado a você.

- Mulher da minha vida inteira.
Paulo Renato,
09/08/2006.

09 agosto 2006

Rolimã

A Renata,
De nada
Obrigada,
Desacata
A pacata,
Panaca,
Sensata e
Chata ata

- Que diz que devemos
Ter freios para os limites.

Ladeira a dois,
Cabelos ao vento,

E o sorriso indisfarçável
Da felicidade verdadeira
Paulo Renato,
09/08/2006.

07 agosto 2006

Comciúmes

Consumo e sumo
Que bebo é sempre o teu.

Se “sumo”,
Se somos,
Se Português clássico
Ou regionalismo puro,

- Sumo tudo uma coisa só.

Se sumo,
É porque morto
Não te mereço.

Mas não sumo mais,
E, conciúmes,
Isso não interessa a mais
Ninguém.

De agora em diante,
Sumo eu mais você.
Paulo Renato,
07/08/2006.

Harmônicos

No nosso afinar e desafinar,
O que menos importa é se as notas serão consonantes
- Ou dissonantes.

Mas que haja sempre
A ativação rítmica
Da melodia de nossas palavras.

- Essas sim fundamentais.

Paulo Renato,
07/08/2006.

04 agosto 2006

Do elo

O mais forte sentimento,
Inédito,
Por você,
Pra você,

Não permite contra-argumentação
Nem me dá chance
De tomar
- Ar.

Nesses dias frios,
Eu só faço sentir
Saudades.

O exercício da paciência
Não combina mesmo comigo.

- Eu desafio.
Paulo Renato,
04/08/2006.

03 agosto 2006

Espero

Espero que nem todas as canções sejam tristes,
Que nem todas as expiações sejam tão doídas,

- Espero não te perder da próxima vez.

Espero que não tenha tido de mim
A última impressão.
Espero que a penúltima
Seja mais parecida com a próxima,

-E que esta seja ainda melhor.

Espero que ainda haja entre mim e o tempo
Uma chance de reconciliação
Depois da nossa última briga.
Pensei que poderia ser mais que ele,
E pouco humilde como de costume,
Mal atentava para seus caprichos.

Espero demonstrar o valor que você tem,
Apesar de nunca ter esquecido.
Espero não estar nunca mais adormecido
Enquanto movimento.

Sei que as coisas se resolvem,
Sei que não sei sobre o amanhã,
Que sempre traz uma nova notícia.

Mas tempo presente,
Todo meu sentimento quer dizer

- Que eu te espero.
Paulo Renato,
02/08/2006.

Entre(vero)

Daquele vazio,
Dos olhares impenetráveis,
Daquela calmaria,

Só restou essa tempestade
E essa ânsia tardia
De querer executar a música
Depois que a platéia partiu.

Ninguém pra me desculpar
A não ser a mim mesmo e,
Nos bolsos,
Uma “moeda-status-alto”
Que a inflação há muito já depôs.

A tempestade, meu amor,
Chega sem avisar,
Demonstrando o poder inexorável
Que a natureza tem,
Ainda que as previsões evoluam.

- Quero me convencer
De que vou ver o Sol em breve.
Paulo Renato,
03/08/2006.

07 maio 2006

O Código

Sem senha não sou.

Sem senha não sei.

Sem senha sonhos são.
Sem senha sofre.

Sem senha não assanha
Saber se solidão sempre,

- Se solidão supre.

(Eu esqueci a senha, E agora há senha pra tudo).
Paulo Renato,
07/06/06.

30 janeiro 2006

Trevo

Das dualidades que a minha vida define,
Quero ser anjo e quero demônio.

Das conseqüências que isso imprime,
De ser homônimo do meu heterônimo,

Dúvida é certeza,
Solidão é solução.

- Sigo.

Paulo Renato,
30/01/06.

30 junho 2005

Cronosempre

Sempre,

Já que já
Não há
Mais tempo

- Sem você.

Contudo,
Saudade vem
Com tudo

Quando nada
É abrigo

Como seu colo,
Naquela manhã fria
De domingo.

Paulo Renato,
30/06/05

26 junho 2005

Aracnídeo

Aracnídeo

Teço minha teia e durmo,
Esperando o momento
De sentir o movimento
E te ver,
Presa, e presa
Entre os fios.

Com meus vários olhos,
Oito patas adiante,
Me surpreendo e,
Encantado,
Permito que vá.

- Mas já que insiste,
Fique para sempre.

Paulo Renato,
26/06/05.

Por Hora

Por Hora


Que a vida merece mais dos nossos dias,
E que a morte, o que resta deles.

Que amar é inexplicavelmente inevitável,
E que a missão única, sua busca.

Que aprender a cair é uma das melhores lições,
E que evitar a queda, o maior erro.

Que espera e paciência são frutos de treino,
E que ansiedade e fúria, de reflexo.

Que música e poesia alimentam
E regras, convenções e cartilhas, cansam.

Que discutir o óbvio é descobrir o novo,
E que aceitar imposições, estacionar no tempo.

Que o óbvio não é claro como parece ser,
E que o insolucionável, força-motriz.

Que quem fala sozinho, beija também o braço,
E que ações ridículas, de pessoas especiais.

Que viver fazendo o que se gosta é fundamental,
E que a felicidade tão simples, poucos enxergam.

Que ainda há muito o que entender,
Mas que cada vez mais,
Sedimentam-se verdades
Que me fazem verdadeiro.
Paulo Renato,
26/06/05.

22 junho 2005

A Espera

A espera pode ser monótona
Quando se espera coadjuvantemente
Como planta espera o processo vital.
O tempo é inimigo,
Vento forte sem abrigo,
E toda a cronologia de convenções
Passa a ser realmente importante.

A espera te rouba o sono
E põe na tua cabeça uma idéia desconexa,
Num "pré-sonho-conversa-de-bêbado",
Enquanto castiga o corpo
Cansado de esperar.

- Corpo e cabeça são casal que não costuma ceder.

Na espera vem a idéia
Que muda uma vida inteira.
Na espera vem pessoa,
Vem alegria,
Vem dinheiro,

Vai dinheiro...

Vem tensão, e um mil coisas
Que te atropela e ao mesmo tempo
Te faz viver.

Não reparou ainda que lutar
É alimentar o improvável?

Não se deu conta
Do movimentar inútil?

Pede alguém pra te ensinar.

E espera.

Paulo Renato,
22/06/06.

19 junho 2005

Ponto Final

.

Qual remédio,
De que planta,
Aonde encontro
Tal esperança
Que acabe
No final.

Qual final,
Que seja ponto,
Conclusivo,
Terminal,
Definido
E conduzido
Sem a casa
Decimal.

Tem coragem
De sair,
Sem aviso,
Sem preciso,
Mas apenas
Ir embora
Como não
Tivesse vindo?

Assim fosse,
Outra hora
Saberia
Que, se acaso
Não viria,
Outro alguém
Ocuparia
O teu ponto
Em meu final.

Paulo Renato,
22/05/04.

("Um laço no presente é abraço. Um laço no futuro eu desfaço.")

15 junho 2005

Remanescências do Amanhã

Do amanhã nada resta senão a paciente obra de planejar, executar e aguardar. Não como loteria, mas jogo de sorte certa. Dos jogos, o mais interessante. Jogo sem regras. O verdadeiro jogo do improviso.