22 setembro 2009

Heroínas

As cores que eu vejo são as mesmas que formam
Deformações entre os sonhos.

O momento do beijo em um segundo se torna
Razão dos olhos tristonhos.

Meus dias se passam,
Não coincidem com nenhum calendário.

Os homens se caçam,
Estão em fila a esperar o calvário.

Meu sangue é uma mistura,
Homogênea tortura,

- Droga impura.

Navegam por minhas veias
As mais lindas sereias.

Figuras felinas,
Ainda meninas, rapinas,
Mãos assassinas,
Heroínas.

Dirijo minha atenção até a segunda intenção.
O que os meus olhos não vêem
É o que meu bolso não tem.

A coca e a cola deixam o mundo distante.
E o frio na minha alma
É mais que refrigerante.

A ponta da agulha
Injeta dor em troca de adrenalina.

Noturna patrulha,
Persegue o perfume
Das heroínas.

Paulo Renato,
1992.

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